Polícia Militar Ambiental prende e autua infrator em R$ 15 mil por retirada de periquitos de ninhos durante a operação Bocaiúva

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Imagem: Divulgação

Durante a operação Bocaiúva, Policiais Militares Ambientais de Dourados prenderam e autuaram administrativamente ontem (19), um homem de 22 anos retirando animais silvestres da espécie periquitos dos ninhos. A equipe que trabalha na operação Bocaiúva, de prevenção ao tráfico de papagaios e outros animais, recebeu denúncia, de que um homem estaria retirando filhotes de papagaios e periquitos dos ninhos, na área do Parque Municipal Arnulfo Fioravangte, em Dourados.

A equipe foi a área da denúncia e com as características localizou o infrator e, dentro de um balde, havia três filhotes de periquitos que ele havia retirado de ninhos. Ainda em seu bolso foram encontrados três gramas de maconha. O homem disse que estava capturando as aves para criá-las, porém, os Policiais suspeitam que ele efetuaria a venda.

Os Militares deram voz de prisão ao infrator, apreenderam as aves, e conduziram tudo à delegacia de Polícia Civil de Dourados. Ele responderá por crime ambiental, com pena prevista de seis meses a um ano de detenção. O infrator, residente em Dourados, também foi autuado administrativamente e multado R$ 15.000,00. A PMA encaminhará as aves ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) na Capital.

OPERAÇÃO BOCAIÚVA

A PMA e o IBAMA, como no ano passado, no período reprodutivo dos psitacídeos (papagaio, arara, periquitos, maritacas, etc.) estão realizando operação contra o tráfico de animais silvestres, especialmente o papagaio. Nesta primeira fase, a “Operação Bocaiúva I” envolve 43 policiais e fiscais e foi iniciada na quinta-feira (12), no intuito principal de evitar a retirada dos filhotes dos ninhos, tendo em vista, que depois da retirada das aves, mesmo quando se apreendem, os problemas à natureza e os custos econômicos, para cuidar dos animais até a reintrodução envolvem muito dinheiro público.

Enquanto as equipes se distribuem em fazendas e bloqueios, os outros órgãos de segurança, como, Unidades da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal, principalmente da região com maior índice do tráfico, foram alertados para atentarem para o problema neste período.

REGIÃO PRINCIPAL DO TRÁFICO E PERÍODO PREOCUPANTE

A região principal do problema de tráfico de papagaio e que é monitorada é basicamente a que constitui os municípios próximos às divisas com os estados de São Paulo e Paraná, como Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina, Três Lagoas e Brasilândia, além de Naviraí, Itaquiraí, Eldorado e Mundo Novo, porém, a operação está sendo realizada em todo o Estado, como em 2018, quando houve redução na retirada de filhotes de papagaios no Estado.

Nesta operação, com foco principal a evitar a retirada, ninhos estão sendo monitorados e fechadas as saídas do Estado com bloqueios, especialmente, nas saídas para o estado de São Paulo, que é o destino principal registrado dos filhotes de papagaios traficados em Mato Grosso do Sul.

O período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres, pois é o período reprodutivo dos papagaios que é o animal mais traficado no Estado. A PMA mantém trabalhos preventivos nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes.

PROBLEMAS DO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES

O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio.

Como o que interessa ao comprador na espécie, é a capacidade que ela tem de aprender a imitar a voz humana, a retirada só é realizada enquanto filhote. Por esse motivo, o período de agosto a dezembro é preocupante com relação ao tráfico de animais silvestres no Estado de Mato Grosso do Sul, pois é o período reprodutivo dos papagaios, que é o animal mais traficado no Estado.

Por isso, neste período, operações preventivas nas propriedades rurais para prevenir a retirada dos animais e aliciamentos de funcionários de fazendas e assentados pelos traficantes, para a retirada dos filhotes são fundamentais. Também é importante a vigilância a traficantes presos em anos anteriores. Bloqueios são importantes também nas saídas do estado são, pois evitam que traficantes de fora e locais sintam-se tentados a praticar o crime.

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