A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio de ovulação, que leva à não liberação do óvulo na época correta. Este distúrbio pode ocorrer desde a primeira menstruação e seguir ao longo da vida, com sintomas que muitas vezes são ignorados pelas mulheres por muito tempo.
Segundo o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, as principais queixas relacionadas à SOP são a irregularidade dos ciclos menstruais, que geralmente são prolongados, até a dificuldade em engravidar.
“Isso acontece pelo fato da Síndrome também levar à produção excessiva de hormônios masculinos, que impede a formação de óvulos saudáveis e outras alterações. Podem surgir, por exemplo, acnes e pelos no rosto, seios e abdômen.”
O Dr. Alexandre explica que a SOP é mais comum em mulheres obesas, por conta da relação da síndrome com a resistência à insulina, aumentando os níveis de glicose e prejudicando os ovários, que passam a produzir hormônios masculinos excessivamente. Este desequilíbrio pode desencadear o diabetes tipo 2.
“Até 12% das mulheres em idade fértil terão o diagnóstico de SOP, que é feito a partir dos sintomas relatados e realização de exames laboratoriais, como dosagens de LH e FSH, que são os hormônios produzidos na hipófise e que estimulam os ovários. Pode ocorrer a formação de micro cistos nos ovários, que será confirmada em uma ultrassonografia.”
Diagnóstico
O diagnóstico inclui avaliação de sintomas, ultrassom transvaginal e exames de sangue para dosagem de hormônios. Por se tratar de uma doença crônica, a confirmação do diagnóstico o quanto antes é importante para que o tratamento seja iniciado e a qualidade de vida da mulher restabelecida.
Sem o controle da doença, existe maior risco de desenvolvimento de diabetes, problemas cardiovasculares, obesidade, entre outros.
Tratamento
Não há tratamento específico para a SOP. Conforme as queixas de cada paciente e seus planos para o futuro, o médico ginecologista indicará a melhor opção:
• No caso de mulheres que desejam engravidar, o tratamento incluirá indução de ovulação com medicamentos específicos
• Se o objetivo é apenas regular a menstruação, será receitada a progesterona, que auxiliará a regular o ciclo menstrual
• Caso não haja o desejo de engravidar, anticoncepcionais evitarão a gravidez e regularão a menstruação e equilibrarão a produção hormonal
Seja qual for o caso ou o objetivo, para todas elas, é sempre importante o controle do peso e a prática regular de atividade física, tanto para a melhora geral dos sintomas como para a prevenção de complicações.
Em caso de dúvidas, procure um médico ginecologista para avaliação.
