Com previsão de chuva a partir do dia 20, desafio é evitar que focos avancem

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Com a previsão de chuvas significativas a partir de 20 de setembro em Mato Grosso do Sul, o desafio do Governo do Estado e demais órgãos parceiros no combate aos incêndios florestais é de manter as equipes no trabalho de controle dos focos que no momento atingem, principalmente, o Pantanal em Mato Grosso, para evitar que as chamas avancem para Mato Grosso do Sul.

Esse foi um dos pontos apresentados na live semanal realizada na manhã desta sexta-feira (4) pelo Governo do Estado, para apresentação dos resultados da Operação Pantanal II. A live é uma ação da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), que coordena os trabalhos do comitê de combate ao fogo no âmbito da administração estadual. A Operação Pantanal II é comandada pela Marinha em Corumbá, em parceria com os governos estaduais de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, por meio do Corpo de Bombeiros dos dois Estados, com o apoio dos brigadistas do Ibama/Prevfogo, Defesa Civil, PMA, militares da Marinha e apoio logístico do Exército Brasileiro.

“Mesmo com as altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar em praticamente todo o Mato Grosso do Sul, os focos de incêndios florestais seguem controlados na parte sul-matogrossense do Pantanal e demais regiões do Estado. Faço um alerta à população por conta do feriado que se aproxima. Para quem for viajar, é importante tomar os devidos cuidados na estrada e reforço também o apelo para não atear fogo, seja em área rural ou urbana. Denuncie pelo 193”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro.

O secretário esclareceu fatos que aconteceram na semana passada e que poderiam ter prejudicao o trabalho de combate ao fogo em Mato Grosso do Sul. “Na sexta-feira passada o Ministério do Meio Ambiente havia divulgado uma nota suspendendo as ações de combate a incêndios realizadas pelo Ibama e ICMBio em nosso Estado, por motivo de realocação de recursos federais por parte do Ministério da Economia. Essa situação foi contornada e resolvida naquele mesmo dia e continuamos recebendo o apoio fundamental do Ministério da Defesa, do Ibama e do ICMBio”, esclareceu.

Franciane Rodrigues, coordenadora do Cemtec/Semagro (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), informou que, conforme os modelos climáticos do Inmet, “o que se espera para a segunda metade do mês de setembro é que as chuvas fiquem acima da média nas regiões sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul. Nas demais áreas, como o Centro, Norte e o Pantanal, a precipitação deve ficar ligeiramente abaixo da média”.

A tendência, de acordo com o Cemtec/Semagro, é de não haver chuvas significativas até 20 de setembro, permanecendo a baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas, que podem oscilar de 41ºC a 43ºC no Pantanal. “No período de 12 a 20, poderemos ter chuvas que amenizam a temperatura na região pantaneira, principalmente entre os dias 13 a 15 de setembro. A partir do dia 20, devemos ter chuva generalizada em todo o Estado, com condições de melhora até o fim do mês”, finalizou Franciane.

O tenente-coronel Moreira, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, informou que, até o momento, de acordo com o monitoramento feito pelo Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ, já foram queimados 2,201 milhões de hectares no Pantanal, sendo 1,110 milhão de hectares em Mato Grosso do Sul e 1,085 milhão de hectares no Mato Grosso.

“Tivemos cerca de seis meses de grandes incêndios florestais, de março a agosto, e houve um aumento significativo nos últimos dois meses. Importante ressaltar que em oito meses de 2020, já temos mais focos de calor do que em todo o ano de 2019. Até o momento, 72% dos focos de calor em Mato Grosso do Sul se concentraram na região do Pantanal. Desses, 81% atingiram os municípios de Corumbá, Aquidauana e Porto Murtinho”, informou.

Moreira destacou a ação integrada dos Bombeiros com as brigadas de incêndio, PrevFogo, Ibama, proprietários rurais e a Marinha nas regiões de Porto Jofre e Serra do Amolar. “Hoje, não temos nenhum grande incêndio florestal em Mato Grosso do Sul, somente no Mato Grosso, que não recebeu chuvas. A situação já esteve mais crítica, mas agora foi controlada na Terra Indígena Kadiwéu”, acrescentou.

O chefe do Estado-Maior do Comando do 6º Distrito Naval, Capitão de Mar e Guerra, Alexandre José Gomes Dória, ressaltou que “hoje os focos de incêndio foram reduzidos a praticamente zero, graças à chuva da semana passada e o combate integrado. Na região da Nhecolândia, desencadeamos uma operação de conscientização local junto aos proprietários rurais e comunidades ribeirinhas e continuamos em alerta para auxiliar as ações no Mato Grosso e no norte de Mato Grosso do Sul, em Porto Jofre”, finalizou.

Marcelo Armôa, Semagro

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