Comerciantes de MS são investigados por fraude no consumo de energia

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Rafael Ribeiro

Comerciantes de cidades do interior de Mato Grosso do Sul com fornecimento de energia elétrica da Elektro, como Selvíria, Três Lagoas, Brasilândia, Santa Rita do Pardo e Anaurilândia, são investigados pela Polícia Civil de São Paulo após a prisão de sete pessoas na última quarta-feira (17) em operação que visa coibir fraudes no consumo de energia elétrica.

Segundo a polícia, após três meses de investigações a polícia de Limeira (SP) chegou ao nome de um homem, de 29 anos, que se passava por engenheiro e ex-funcionário da concessionária oferecia serviços ilegais para adulterar medidores de energia.

As detenções aconteceram depois que os policiais vistoriaram os locais e constataram a fraude. De 12 estabelecimentos fiscalizados na cidade paulista até o momento – como comércios, indústrias e academias –, foi verificada irregularidade em nove.

“Como ele era técnico ele sabia como fazer. Ele rompia o lacre e colocava outra lacre no medidor. Essa pessoa tinha um canal dentro da Elektro para ter essa facilidade e vender o serviço dele”, diz o delegado Antônio Luís Tuckumantel, responsável pelas investigações.

Segundo ele, um dos detidos é dono de uma série de comércios no Estado. “O esquema funcionava nos dois estados. Encontramos vestígios da venda do esquema em Mato Grosso do Sul e vamos fornecer os detalhes para a polícia de lá conduzir um inquérito em separado”, completou Tuckumantel.

Oficialmente, o delegado diz que não pode fornecer nomes ou cidades onde estejam comerciantes sul-mato-grossenses envolvidos. “Um dos detidos é do Estado, mas preferimos não revelar nada para não atrapalhar as investigações, tanto daqui como do vizinho”, disse.

Os sete detidos, um deles responsável por oferecer a fraude aos comerciantes do Estado, foram indiciados por furto qualificado.

Segundo Tuckumantel, mais de R$ 700 mil de prejuízo foram acumulados pela Elektra com as fraudes. “Era energia suficiente para iluminar uma cidade com 100 mil habitantes, disseram os técnicos”, apontou.

Em nota,  a Elektro disse que seus funcionários participaram da operação e além das inspeções em campo, as equipes trabalharam com o cruzamento de dados de consumo e inteligência analítica que permitiram identificar as fraudes. “A Elektro está prestando todo auxilio à Polícia Civil para a realização das operações”, afirma Heron Fontana , gerente de medição da Elektro.

Considera-se furto de energia quando há uma ligação direta na rede elétrica sem o conhecimento e autorização da concessionária de energia. São os conhecidos ‘gatos’. Já a fraude ocorre quando o cliente rompe os lacres da sua medição e manipula o consumo no medidor de energia com o objetivo de reduzi-lo.

Ambos são crimes previstos no Código Penal. Também são cobrados os valores retroativos referentes ao período fraudado, acrescidos de multa. Quando a fraude ou o furto são descobertos, o responsável pode ter o seu fornecimento de energia suspenso.

As perdas contribuem para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores. O valor da energia furtada e os custos para identificar e coibir as irregularidades são levados em consideração pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para estabelecer o quanto a energia custa para cada área de concessão.

Além do impacto na conta de luz, os furtos e fraudes de energia pioram a qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções no fornecimento de energia. “ A punição e a regularização dessas situações não apenas traz cidadania para essa parcela da população, como também beneficia todos os consumidores com um serviço de melhor qualidade”, concluiu Fontana.

Fonte:Campo Grande News

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