Trabalhadoras dos Correios em MS realizam encontro em Campo Grande

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As trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) de Mato Grossso do Sul realizam o 4º Encontro neste sábado, em Campo Grande. Segundo Luzinete da Silva, secretária de Assuntos da Mulher do sindicato da categoria, o evento está debatendo os assuntos pertinentes às mulheres trabalhadoras de forma geral e as questões específicas das funcionárias dos Correios.

Na parte da manhã o evento debateu a situação do Plano de Saúde dos trabalhadores dos Correios. Representando a Federação Nacional dos trabalhadores da ECT, Suzy Cristiny da Costa, fez uma exposição sobre as alterações propostas pela direção da empresa no plano que, segundo ela, irão afetar de forma negativa os trabalhadores. Segundo Suzy a direção da ECT tenta impor mudanças no plano de saúde que trarão prejuízos para os funcionários e também para os seus dependentes, com uma série de restrições e imposição de uma mensalidade incompatível com a realidade salarial da categoria, que tem um dos menores salários entre as estatais. Ela afirma que os trabalhadores não aceitam as mudanças de cima para baixo sem discussão e irão resistir.

Outra questão colocada em debate foi sobre a realidade da mulher na sociedade e no mundo do trabalho. A presidente do sindicato dos trabalhadores dos Correios no Distrito Federal (Brasília), Amanda Corcino, expôs dados sobre a sub-representação da mulher nos espaços de poder, seja na política, seja nas empresas públicas ou privadas, apesar de representarem mais de 50% da população e de ter aumentado significativamente a participação das mulheres nos diferentes ramos de atividade econômica.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em MS, Elaine Oliveira, o evento é um momento importante para as mulheres trabalhadoras dos Correios se conscientizarem da sua real situação bem como conheceram a realidade da empresa. “Existe hoje um processo de desmonte deliberado dos Correios visando a sua privatização. A demissão de trabalhadores e o sucateamento da empresa levam à perda de qualidade na prestação de serviço e usam isso, de forma deliberada repito, para jogar a opinião pública contra os Correios e justificar sua privatização”, afirma. O sindicato questiona a “crise” da empresa, apregoada pelo governo, e diz que o problema estaria na gestão promovida pela cúpula, que é formada por indicação política. “Os Correios não só sempre foi auto-sustentável como sempre repassou muito dinheiro para o governo federal, oriundos dos lucros obtidos anualmente. Esse déficit atual é fruto de má gestão e desvio de recurso da empresa para outros fins. Só para as Olimpíadas foram R$ 600 milhões. Mas isso o governo não fala e tenta jogar a culpa nos trabalhadores. Não concordados com a forma de gestão da empresa e somos contra a privatização dos Correios e vamos resistir”. Segundo a sindicalista, a categoria já deliberou em nível nacional participar da greve geral no dia 28 de abril, assim como participaram no dia 15.

O 4º Encontro de Mulheres Ecetistas de Mato Grosso do Sul prossegue na tarde de sábado, na sede da FETEMS (Federação dos Trabalhadores na Educação) com os temas: O impacto das Reformas para as Mulheres; Reforma Trabalhista, da Previdência e Terceirização; Propostas para a Pauta Nacional de Reivindicações e Eleição de delegadas para o Encontro Nacional de Mulheres dos Correios.

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