Insatisfações e falhas na cobertura de rede fazem portabilidade telefônica crescer em MS

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Insatisfações com planos, falhas na rede de cobertura e créditos que simplesmente desaparecem. Essas reclamações estão entre os principais problemas que levam clientes a abandonarem suas operadoras telefônicas. Em Mato Grosso do Sul, o número de portabilidade subiu de 34,27 mil para 36,61 mil migrações em um ano.
No Brasil, desde que o serviço de portabilidade foi disponibilizado, em setembro de 2008, consumidores têm o direito pedir a mudança sem que haja nenhum custo. Dados da ABR Telecom (Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações) mostram que até dezembro de 2016, 35 milhões de usuários optaram pela migração. Destes, 368.543 são de Mato Grosso do Sul.
Informações disponibilizadas pela ABR Telecom revelam que outros 777.730 clientes ainda aguardam pelo serviço. O número de insatisfeitos que desejam mudar de operadora em busca de serviços e preços melhores cresce no Estado. No  período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2015, foram efetivadas  34,27 mil migrações. Já em 2016,  36,61 mil, o que representa 2,34 mil portabilidades.
O internacionalista e gestor de projetos, Timóteo Ribeiro, de 25 anos, foi cliente da Tim por dois anos, no entanto, a promessa de cobertura ampla fez com que migrasse de operadora.
“A Vivo prometia maior cobertura, o que me ajudava muito à época porque eu viajava os quatro cantos do Estado. Precisava me comunicar com frequência e por longos períodos com minha família, trabalho e namorada. Quando migrei, convenci os demais a migrarem também e conseguimos reduzir os custos de comunicação de todos, seja falando ou trocando conteúdos pela internet”, relata.
Rebeca Magela, de 25 anos, foi cliente da Claro por 12 anos. Ela diz que optou pela portabilidade depois de analisar os benefícios de um um plano pós pago da concorrência.
“Minha linha era pré pago, mas frequentemente eu ficava sem internet e sem saldo para ligações. Lembro de um dia coloquei crédito de manhã e à noite passei por um sufoco , quando precisei usar o telefone, já tinha acabado meus créditos porque cobraram uma taxa que consumiu tudo que eu havia inserido. Depois da raiva que passei resolvi migrar para um plano pós pago da Vivo, sei que hoje gasto praticamente a metade do valor que gastava antes”, assegura.
A insatisfação com o plano e uma mudança não autorizada fez com que a empresária Joselaine Veiga decidisse pela migração. “Eu era cliente da Claro, mas a operadora oferecia planos que não atendiam as minhas necessidades, como, internet, ligações para fora do Estado, entrou outras questões, além disso, simplesmente mudaram meu pacote sem a minha autorização deixando muito mais caro e diminuindo os benefícios. Escolhi migrar para a TIM porque me ofereceram mais espaço para negociação de valores e tenho maior proximidade na relação consumidor e prestadora de serviço”, afirma.
Rafaela Monteiro, de 26 anos, optou pela portabilidade por conta da falha na cobertura. “Eu era da Claro há sete anos e fui para Vivo porque os planos e o sinal são melhores. O sinal da Claro estava muito ruim, as ligações sempre caiam e não tinha nenhum plano controle que fosse bom. Já estou na Vivo há dois anos, mas agora estou pensando em mudar de novo porque recebi propostas melhores”, destaca.
Superintendente do Procon-MS (Superintendência de Defesa do Consumidor), Rosimeire Cecília da Costa, adverte os consumidores em relação às diferentes propostas. “O cliente precisa ficar bastante atente porque geralmente a oferta de planos melhores está condicionada a fidelização que geralmente exige um período de um ano. Se o cliente não cumprir isso terá de pagar multa, a não ser que a operadora não esteja cumprindo o que ofereceu”, observa.
Embora haja dados sobre a quantidade de portabilidades realizadas em cada Estado, não é possível informar o número de migrações registrado em cada operadora. procurada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax, a assessoria de comunicação da Oi não respondeu às perguntas realizadas a respeito do assunto e disse apenas que desde o lançamento em 2016, a empresa atingiu 300 mil novos clientes.
Por email, a assessoria de comunicação da Tim disse que não divulga dados sobre as migrações. As operadoras Claro, Vivo e Net, também foram contactadas pela equipe de reportagem, porém, não responderam os questionamentos.

 

Midiamax
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