Plantio florestal em MS pode antecipar meta de produção

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Diretor Executivo da Associação Sul-Mato- Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas estima que em dez anos, o Estado poderá ter mais de 1 milhão de hectares de eucaliptos plantados

O diretor executivo da Reflore (Associação Sul-Mato- Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), Dito Mário, disse que embora a produção de eucalipto tenha aumentado nos últimos cinco anos, estima-se que no passado a sua produção já tenha sido ainda maior. “Por uma série de razões não havia aproveitamento dessa madeira, pois não havia para quem revender, ou seja, fábricas. Essa matéria foi perdida com desastres e outros fins”, disse.

Porém com a vinda de grandes empresas de celulose e papel em 2005, tornou possível em 2008 no Estado a criação de um Plano Estadual de Florestas que traz uma série de informações servindo como referência para as empresas que utilizam a madeira como principal matéria prima para o plantio de florestas.

A meta deste plano, é que em 2030 Mato Grosso do Sul tenha em seu território 1 milhão de hectares de florestas plantadas. “Se não houver crises ou problemas resolvidos, podemos adiantar esta meta até em 2020. Hoje temos praticamente 400 mil de hectares de florestas plantadas e isso representa um grande avanço no setor florestal”, disse otimista em relação ao crescimento nos últimos anos do plantio.

ESPECULAÇÕES
Mário adianta que além da vinda da Eldorado Celulose e Papel em Três Lagoas, há possibilidade de mais duas empresas no mesmo ramo se instalar na região do Bolsão: a Portucel entre os municípios de Santa Rita do Pardo e Bataguassu e mais uma outra indústria na região de Aparecida do Taboado.

Porém, o diretor executivo da Reflore também enfatiza que ainda não há nada definitivo para que essas empresas possam ser instaladas em Mato Grosso do Sul.

Um dos empecilhos é a Lei Federal nº 5.709/71 – regulamentada pelo Decreto Federal nº 74.965/74 – sobre a venda de terras para estrangeiros que limita as empresas controladas por estrangeiros não poderão adquirir propriedades rurais no Brasil com mais de 50 módulos de exploração, uma área que varia entre 250 e 5.000 hectares dependendo da região do país; e a soma das áreas adquiridas por empresas sob controle estrangeiro não poderá superar 25% do tamanho de cada município.

Embora ainda não tenha nada certo, ele prevê benefícios com a vinda de mais empresas para a região, “Seria um montante de hectares que poderá gerar trabalho e impostos, ou seja, Mato Grosso do Sul chegaria a outro patamar”.

Segundo ele, de dez a quinze hectares de floresta gera um emprego. “Imagina com um milhão de hectares? Seria mais de cem mil postos de trabalho para produção de matéria prima de madeira cerrada, carvão e celulose”, disse.

Fote: Patricia Acunha

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