Mulher que criou arara canindé em casa pretende pedir guarda na Justiça: ‘Jade é minha filha de penas’

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Segundo a Polícia Militar Ambiental, pela lei brasileira, desde 1977 é proibido criar animais silvestres em cativeiro. A arara vivia com a família desde 2012, e em julho foi levada para o CRAS de Campo Grande (MS). Imagens: Arquivo pessoal

Por Jaqueline Naujorks, G1MS — Campo Grande

“Jade é minha filha de penas, cuido dela desde filhote, estou sofrendo muito sem ela”. Palavras da dona de casa Sandra Rocha, que mora em Bataguassu, a 322km de Campo Grande. Jade foi o nome dado para a arara que vivia com a família desde 2012. No mês de julho deste ano, a Polícia Militar Ambiental (PMA) recolheu o animal.

Segundo Sandra, a arara canindé foi encontrada há 6 anos em uma fazenda na região de Santa Rita do Pardo, cidade próxima a Bataguassu: “O peão estava de trator limpando a área quando derrubou um toco, e lá dentro encontrou dois filhotes, um já morto e o outro, a Jade, com feridas. Ele a levou para casa, tratou dos machucados e a alimentou com arroz cozido e leite”, conta.

A arara Jade quando machucou o pé, fazia "fisioterapia" com pecinhas de brinquedo. — Foto: Arquivo pessoal

No dia 23 de julho deste ano, ela foi procurada pela PMA, que recebeu uma denúncia. Os policiais trouxeram a arara para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande.

O tenente coronel Queiroz, da PMA, explica que, por lei, é proibido criar animais silvestres em cativeiro sem a autorização do Ibama: “Desde 1977 isso é proibido, até para não alimentar o tráfico. A pessoa pode cuidar muito bem, mas se não tiver a documentação necessária, o animal será recolhido e o criador autuado. A multa para quem cria é de R$ 5 mil, e a pena é de 6 meses a 1 ano de reclusão”.

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