Temer indica o deputado Osmar Serraglio para Ministério da Justiça

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Serraglio tem 68 anos, é gaúcho de Erechim, mas fez carreira no Paraná.
Como deputado pelo Paraná, está no quinto mandato.

O deputado Osmar Serraglio, do PMDB, é o novo ministro da Justiça e Segurança Pública.

Foi quase um mês de sondagens. O presidente Michel Temer buscava um nome de peso. Mas a cada ministeriável, havia um porém. Ora, por causa de posições contrárias à Lava Jato, ora porque recusavam o cargo. Temer chegou a afirmar numa rede social que a escolha não seria partidária e sim pessoal. Voltou à estaca zero. O deputado Osmar Serraglio sempre foi apontado como candidato. E nesta quinta-feira (23), o peemedebista foi confirmado. O escolhido de Temer para o Ministério da Justiça.

O anúncio oficial foi feito pelo porta-voz da Presidência no início da noite.

“O presidente Michel Temer expressa, desde já, sua plena confiança na capacidade do ministro Serraglio para conduzir os trabalhos do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, disse o porta-voz, Alexandre Parola.

Serraglio tem 68 anos, é gaúcho de Erechim, mas fez carreira no Paraná. Formado em direito, com mestrado em direito do estado, foi aluno de Temer, e foi professor de direito administrativo. Como deputado pelo Paraná, está no quinto mandato.

Ganhou destaque quando foi relator da CPI dos Correios, que investigou o mensalão do PT, em 2005 e 2006. Mais recentemente, presidiu a Comissão de Constituição e Justiça, palco de polêmicas manobras para tentar salvar o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, da cassação do mandato. Serraglio foi criticado por segurar consultas, arrastar sessões e empurrar votações.

O deputado sempre negou. Na votação que desfigurou as 10 medidas contra a corrupção proposta de inciativa popular, Serraglio, votou a favor da emenda do PDT, que tipifica o crime de abuso de autoridade para magistrados e integrantes do Ministério Público. Considerado um retrocesso no combate à corrupção.

Segundo ministros mais próximos, Temer não teve escolha, estava pressionado pelo PMDB que ficou insatisfeito por ter perdido a articulação política, que ficou nas mãos de Antonio Imbassahy, do PSDB. E o Planalto precisa do congresso pacificado. Apesar de ter prometido uma decisão não partidária, a alegação de temer é que Serraglio tem lastro jurídico e, ao mesmo tempo atende à exigência de seu partido.

Logo depois do anúncio, Osmar Serraglio falou sobre a operação Lava Jato. O novo ministro se comprometeu a não interferir na operação e disse que vai manter o orçamento destinado a ela.

“O que depender de nós para que a operação Lava Jato tenha o êxito que a população espera, pode contar que nós iremos tomar as previdências que foram necessárias. Não criando dificuldades, não imaginando que se possa interferir e, acima de tudo, colaborando para que ela realmente tenha o instrumental necessário para obter o êxito que nós esperamos”.

Ele também disse que não pretende trocar o atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, que é subordinado ao ministério.

“A menos que ele pretenda deixar o cargo, de minha parte nenhuma restrição, só elogios”.

JN

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